Trilha sonora para uma crônica sobre como há mais para o menos:
Cleaning my gun - Chris Cornell
Assim como há dia para a noite, sol para a lua e calor para o frio. Velho para o novo.
Assim como há doce para o salgado, comida para a fome e água para a sede.
Carinho para a tristeza. Guerra para a paz. Sorriso para a lágrima e inverno para o verão.
Alto para baixo. Homem para mulher.
Música para o silêncio.
Liberdade para a prisão. Resposta para a dúvida.
Tempo para o tempo.
Assim como há curvas nas estradas, há obstáculos no caminho.
Foi em um destes obstáculos que o contraponto da confiança, da calma, da admiração e do carinho passou de uma posição passiva para uma posição ativa.
Algo como apagar a luz: um coração iluminado viu-se no escuro.
E, seres complexos que são, eles não conseguiam mais dialogar. Aquele diálogo que era feito com palavras, com olhares, com gestos e com energia passou a ficar desorientado.
Ficou perdido.
Ficou sem referências.
Um mundo onde as coisas eram certas e calmas deu lugar a outro mundo onde o incerto reinava e a tensão transbordava.
E foi assim, transbordando, que eles tentavam se encontrar.
Como dois corpos que dependem da correnteza, eram duas pessoas em meio a uma guerra. As palavras que antes eram de carinho, causavam dor. O brilho no olhar ficou opaco. O respeito ficou como a energia, perdido.
As construções sólidas que fizeram foram substituídas por experiências vazias.
E o que antes curava, agora machucava.
E como toda ação tem uma reação, todo tempo tem um tempo, e aí a conclusão é lógica:
Um tempo ruim tem um tempo bom. E um tempo bom deixa a poeira baixar. A poeira baixa deixa o sol entrar. O sol entrando deixa a visão mais clara. A visão mais clara deixa o horizonte definido.
Assim como o certo para o incerto e o aberto para o fechado, o mundo ideal, verdadeiro e reconfortante sempre esteve ali. Era justamente a escuridão que impedia que eles enxergassem. Os gritos que impediam que ouvissem. A tensão que impedia que sentissem.
E o tempo deixa a luz, aos poucos, mostrar que aquela estrada para a evolução sempre esteve ali.
E que caminhar por esta estrada é só uma questão de opção.
E de tempo.
6 comentários:
o tempo... ele sempre tem muito a nos ensinar...
"dar tempo ao tempo"
difícil, mas necessário!
lindo texto, impossível não me ver em algumas linhas!
parabéns pelo blog!
Obrigado Mauriane... Este texto eh para ser um texto universal... Acho que muitos dos pontos foram experimentados por diversas pessoas diferentes...
Abs
bah anda muito parado esse pagobem...animem-se! (;
Tens razao! Sugere uma pauta, Anonimo??!?
pq nao as mulheres? aproveitando o dia que passou? uma homenagem às mulheres da sua vida, por exemplo. Que tal?
Ja falei sobre isso aqui: http://www.pagobem.com/2011/10/acao-e-reacao.html
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